É extremamente estimulante ser convidado a contribuir com um blog que se propõe a escrever sobre algumas das coisas mais divertidas e controversas da vida de mulheres e homens, muito me honra o convite da minha CUnhada, Glaucia Cristina, a Carolina Dickman de Pinheiros.
Indo direto ao ponto vou me apresentar... Meu nome é Vitor, mas vocês podem (e devem) me chamar de Lalo. Formado em história pela Unicamp, agora me to na onda da educação física, estudando no mestrado Torcidas Organizadas e outros irmãos das torcidas.
Deste modo, minha vuvuzela vai apontar para o futebol, o que não impede de cornetar em outros assuntos mais amenos, como política eleitoral e maledicência alheia.
Torcedor do Guarani (sim isso existe ainda...), me gosta o futebol-arte, a liberdade do gesto, a experimentação, o futebol dos velhos e dos novos tempos, de lado de cá do Atlântico e de lá também, seja europeu, seja africano. Mas não me venha com essa modernização dos 3 volantes, de 1 atacante, do 1 a 0 sem sal nem açúcar, das grandes transações e maracutaias.
Meu prognóstico para a Copa? Já que não vamos honrar um jogo bonito e vistoso que a nossa peculiaridade tentou afirmar ao longo dos anos, lá vamos nós para uma nova epopéia aos moldes de 1994, e que Kaká, Luís Fabuloso e acaso nos ajudem.
Sem mais prometo jogar um futebol vistoso, pra torcida, mas com muita garra, raça, determinação e posts, buscando sempre os 3 pontos e uma chance na seleção do professor...
sexta-feira, 28 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
Dilma e a Opinião Pública
Postado por
Glaucia
No dia 03 de abril de 2010, o Instituto Vox Populi mediu que José Serra tem 34% das intenções de voto, contra 31% de Dilma Rousseff. Um pouco mais de um mês depois, o mesmo instituto divulga mudança no cenário: 37% dos eleitores votarão em Dilma e 34% em José Serra. Enquanto os militantes de cada um dos lados denunciavam fraudes, outro órgão de pesquisa confirma a vantagem da candidata sobre o ex-governador: Dilma aparece com 35,7% das intenções de voto e Serra com 33,2%. Num evidente esforço de se aproximar da opinião pública, o Datafolha divulgou no último dia 20 de maio o empate técnico entre os dois candidatos com 37% das intenções de voto cada um.
Diante dos números, surgem algumas perguntas: a que se deve a virada da Dilma? As intenções de voto ainda estão muito próximas e podem ser consideradas, no máximo, como empate, portanto, vai dar pra levar essa? Não vou arriscar nenhum palpite para as eleições de 2010; é um pouco desconfortável comentar politicamente o futuro, além do futuro em si. No entanto, não se pode silenciar diante de evidências.
Os números apresentados pelos institutos de pesquisa mencionados acima não permitem ir tão longe, mas não terei como fugir: está claro que o eleitorado não se incomodou em ter uma candidata mulher disputando o mais alto cargo do país. É curioso e paradoxal, como boa parte das características da cultura política brasileira, mas já é um ponto progressista a se avaliar.
Os resultados das pesquisas anunciam, cada vez mais, que o eleitorado tem elaborado com clareza que Dilma é a candidata de Lula. E isso não é inconsciente como muitos apregoam. Por esse argumento mentiroso também tentam explicar o aumento das intenções de voto na candidata do Partido dos Trabalhadores. Para muitos, a reposta está no fato de que Dilma caiu nas graças de uma classe pobre, iletrada, localizada em regiões periféricas do Brasil, muitas vezes de origem rural e, portanto, sem nenhuma consciência. Ainda não entenderam que todas as pessoas são dotadas de consciência e fazem dela o que bem entendem; que todos esses brasileiros sabem o que fazem e refletem sobre seus atos todo o tempo e escolhem Dilma justamente pelo fato de que ela representa a continuidade e a garantia dos direitos que conquistaram nos últimos oito anos.
Por isso, o povo, mais uma vez, poderá votar contra a opinião pública e eleger Dilma Presidenta da República. E aí os números de Vox Populi, CNT/Sensus ou Datafolha só tendem a aumentar mesmo.
Na foto, plenário do IV Congresso do Partido dos Trabalhadores vota pela candidatura de Dilma Rousseff (A foto é minha mesmo)
terça-feira, 18 de maio de 2010
Há 30 anos, morria Ian Curtis
Postado por
Bernardo Cotrim
Em 18 de maio de 1980, aos 23 anos de idade, o jovem vocalista da banda inglesa Joy Division enforcou-se na cozinha do seu apartamento. Interrompia-se ali a carreira do menino epilético, de voz grave (que parecia incompatível com sua frágil aparência) e versos carregados de referência à dor, morte, tristeza e destruição, que liderava a banda mais importante do pós-punk na Inglaterra.
Curtis era uma figura de enorme talento e forte presença no palco. Além da voz de barítono, seu estranho jeito de dançar, inspirado nos ataques epiléticos que o acometeram por toda a vida (e que foi descaradamente copiado no Brasil por Renato Russo, uma espécie de xerox tupiniquim e sem talento de Curtis) transformou-se em uma marca registrada da banda.
O Joy Division gravou apenas dois álbuns de estúdio: o lendário "Unknown Pleasures" e o também excelente "Closer", além de vários compactos, sendo "Love Will Tear Us Apart" o de maior sucesso. O suficiente pra inscrever a banda de trágica e meteórica trajetória nas páginas da História do rock.
Após a morte de Curtis, os membros remanescentes do Joy Division honraram o acordo de que a banda só existiria enquanto os quatro seguissem juntos e reorganizaram-se sob o nome de New Order, com estética menos sorumbática e sonoridade mais eletrônica.
Geléia Geral aproveita a data pra prestar uma singela homenagem à Curtis e ao Joy Division.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Boas vindas
Postado por
Glaucia
Eu tinha que contar sobre minha empolgação por participar dessa Geléia e ser, por ora, a única ingredienta feminina. Nunca sei o que isso significa, mas deve significar. Há tempos desejo entrar na blogosfera e já me aventuro num projeto delicioso com uma amiga, Letícia Gregório Canelas, o Zona de História Autônoma Temporária-Não lugar de tempo algum do qual, até hoje, participei apenas mentalmente. Aliás, somos historiadoras de paixão e formação.
Aproveito para agradecer o convite do Bernardo Cotrim a quem chamo de “historiador de meia pataca” há uns dez anos e que me enquadra todas as vezes que desvios libertários me levam a alucinação. O que ele esqueceu de dizer na singela bio é que, além de não gostar e de não entender de futebol, não tenho o menor senso de humor e posso chegar ao cúmulo de explicar piada. (E é o que farei em seguida.)
Aqui espero dar vazão à paixão, já que em 2010 teremos as eleições mais quentes e disputadas desde 1989. Espero, no Geléia, explicar e entender minhas opiniões, aquelas que já venho difundindo há meses em formato de pios.
Aproveito para agradecer o convite do Bernardo Cotrim a quem chamo de “historiador de meia pataca” há uns dez anos e que me enquadra todas as vezes que desvios libertários me levam a alucinação. O que ele esqueceu de dizer na singela bio é que, além de não gostar e de não entender de futebol, não tenho o menor senso de humor e posso chegar ao cúmulo de explicar piada. (E é o que farei em seguida.)
Aqui espero dar vazão à paixão, já que em 2010 teremos as eleições mais quentes e disputadas desde 1989. Espero, no Geléia, explicar e entender minhas opiniões, aquelas que já venho difundindo há meses em formato de pios.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Coerência é virtude. Teimosia, no entanto...
Postado por
Bernardo Cotrim
Antes que me acusem de "corneteiro", "gato-mestre" ou alcunhas similares, quero deixar claro: a seleção treinada por Dunga é eficiente e tem chances reais de voltar da África do Sul com o caneco. Julio Cesar é um goleiro fantástico, Maicon e Daniel Alves são os melhores laterais da atualidade, a dupla de zaga formada por Lúcio e Juan alia experiência, vigor, técnica e colocação, Elano fez boas atuações com a amarelinha, Kaká é um baita jogador e a dupla de ataque formada por Robinho e Luís Fabiano é de bom nível.
Isto posto, vamos ao assunto central: a convocação feita por Dunga é um prêmio à mediocridade, à falta de imaginação e reflete a teimosia travestida de "coerência" de um personagem conservador, arrogante e que posa de "rebelde" pra imprensa ao mesmo tempo em que esbanja subserviência ao comando da CBF.
É evidente que, para o torcedor em geral, um título mascara os questionamentos ao trabalho. Mas cá entre nós, analisando objetivamente o trabalho de Dunga, é impossível engolir as críticas ao escrete do treinador canarinho.
Pra começar, o time brasileiro não tem banco de reservas. Esse é o maior erro da convocação do Dunga: os 23 selecionados não lhe dão alternativas táticas. Se o Brasil estiver em dificuldades, o que fazer para mudar o jogo? Colocar em campo Grafite, Kleberson e Julio Baptista?
O primeiro, centroavante de força física e boa colocação, não joga metade da bola que o questionado Adriano, mesmo às turras com a balança e incapaz de separar-se do copo. A média de gols de Adriano, no primeiro semestre de 2010 (quando houve uma enorme queda no seu rendimento) é superior à média dos 4 atacantes convocados por Dunga.
No meio campo a situação é pior: o irregular Kleberson é um Elano piorado, com a vantagem de jogar pelos dois lados; e o apenas correto Julio Baptista, substituto de Kaká, é absolutamente incapaz de protagonizar a jogada que define uma partida, aquele lampejo de criatividade que só os jogadores acima da média executam.
Além disso, os volantes convocados fizeram, com exceção de Ramires, temporadas pavorosas em clubes medianos. Gilberto Silva joga no "poderoso" futebol grego, Felipe Mello colecionou fiascos na Juve e Josué dispensa comentários.
Por último, a lateral esquerda: Michel Bastos e Gilberto. O primeiro, uma espécie de meia direita avançado no Lyon (posição parecida com a de Messi no Barça, na temporada passada), o segundo atuando como camisa 10 do Cruzeiro. Se a posição, de fato, é carente de alternativas, me parece que Dunga tinha alternativas melhores.
O fato é que a chamada coerência de Dunga não dialoga com a realidade do futebol. Não é coerente convocar um jogador mediano que é reserva em seu clube, como Julio Baptista, e deixar em casa o jovem Ganso e o experiente Ronaldinho Gaúcho, ambos capazes de, em uma jogada, decidir uma partida. Se, de fato, não temos como garantir que Ganso suportaria a pressão de um Mundial e que Gaúcho se apresentaria interessado e em forma, é inegável que não dá pra depender do Julio Baptista.
Tão pouco é coerente convocar 3 volantes de pouca técnica e em má fase quando temos alternativas melhores. Tiago Motta é titularíssimo da Inter de Milão, Lucas é das poucas coisas que se salvaram na temporada medíocre do Liverpool, Renato é titular absoluto do Sevilla há anos, Elias é o motor do Corinthians... dá até pena comparar o meio campo brasileiro ao espanhol, formado por Xabi Alonso, Fábregas, Xavi, Iniesta e Silva.
Dunga perdeu uma excelente oportunidade de surpreender positivamente quem gosta de futebol. Pode até ganhar o título, mas seu time, moldado à imagem e semelhança da burocrática seleção de 94 (mas desprovido do talento de Bebeto e Romário!), não empolga ninguém. Se coerência é uma virtude, a teimosia é uma grande burrice.
PS: Não vou falar de Doni. Beira as raias do absurdo a convocação de um goleiro brasileiro que nunca se destacou em clube algum e que é reserva de OUTRO BRASILEIRO! Se Julio Cesar se machucar e Doni assumir, no auge da forma técnica de quem não vê a cor da bola sem ser em um treino há meses, Dunga periga voltar da África do Sul diretamente pro elenco da Turma do Didi...
Isto posto, vamos ao assunto central: a convocação feita por Dunga é um prêmio à mediocridade, à falta de imaginação e reflete a teimosia travestida de "coerência" de um personagem conservador, arrogante e que posa de "rebelde" pra imprensa ao mesmo tempo em que esbanja subserviência ao comando da CBF.
É evidente que, para o torcedor em geral, um título mascara os questionamentos ao trabalho. Mas cá entre nós, analisando objetivamente o trabalho de Dunga, é impossível engolir as críticas ao escrete do treinador canarinho.
Pra começar, o time brasileiro não tem banco de reservas. Esse é o maior erro da convocação do Dunga: os 23 selecionados não lhe dão alternativas táticas. Se o Brasil estiver em dificuldades, o que fazer para mudar o jogo? Colocar em campo Grafite, Kleberson e Julio Baptista?
O primeiro, centroavante de força física e boa colocação, não joga metade da bola que o questionado Adriano, mesmo às turras com a balança e incapaz de separar-se do copo. A média de gols de Adriano, no primeiro semestre de 2010 (quando houve uma enorme queda no seu rendimento) é superior à média dos 4 atacantes convocados por Dunga.
No meio campo a situação é pior: o irregular Kleberson é um Elano piorado, com a vantagem de jogar pelos dois lados; e o apenas correto Julio Baptista, substituto de Kaká, é absolutamente incapaz de protagonizar a jogada que define uma partida, aquele lampejo de criatividade que só os jogadores acima da média executam.
Além disso, os volantes convocados fizeram, com exceção de Ramires, temporadas pavorosas em clubes medianos. Gilberto Silva joga no "poderoso" futebol grego, Felipe Mello colecionou fiascos na Juve e Josué dispensa comentários.
Por último, a lateral esquerda: Michel Bastos e Gilberto. O primeiro, uma espécie de meia direita avançado no Lyon (posição parecida com a de Messi no Barça, na temporada passada), o segundo atuando como camisa 10 do Cruzeiro. Se a posição, de fato, é carente de alternativas, me parece que Dunga tinha alternativas melhores.
O fato é que a chamada coerência de Dunga não dialoga com a realidade do futebol. Não é coerente convocar um jogador mediano que é reserva em seu clube, como Julio Baptista, e deixar em casa o jovem Ganso e o experiente Ronaldinho Gaúcho, ambos capazes de, em uma jogada, decidir uma partida. Se, de fato, não temos como garantir que Ganso suportaria a pressão de um Mundial e que Gaúcho se apresentaria interessado e em forma, é inegável que não dá pra depender do Julio Baptista.
Tão pouco é coerente convocar 3 volantes de pouca técnica e em má fase quando temos alternativas melhores. Tiago Motta é titularíssimo da Inter de Milão, Lucas é das poucas coisas que se salvaram na temporada medíocre do Liverpool, Renato é titular absoluto do Sevilla há anos, Elias é o motor do Corinthians... dá até pena comparar o meio campo brasileiro ao espanhol, formado por Xabi Alonso, Fábregas, Xavi, Iniesta e Silva.
Dunga perdeu uma excelente oportunidade de surpreender positivamente quem gosta de futebol. Pode até ganhar o título, mas seu time, moldado à imagem e semelhança da burocrática seleção de 94 (mas desprovido do talento de Bebeto e Romário!), não empolga ninguém. Se coerência é uma virtude, a teimosia é uma grande burrice.
PS: Não vou falar de Doni. Beira as raias do absurdo a convocação de um goleiro brasileiro que nunca se destacou em clube algum e que é reserva de OUTRO BRASILEIRO! Se Julio Cesar se machucar e Doni assumir, no auge da forma técnica de quem não vê a cor da bola sem ser em um treino há meses, Dunga periga voltar da África do Sul diretamente pro elenco da Turma do Didi...
terça-feira, 11 de maio de 2010
Geléia Geral, a fênix da blogosfera
Postado por
Bernardo Cotrim
Enfim, de volta ao trabalho! Após 1 ano sem atividade, o Geléia Geral ressurge das cinzas e retoma sua atividade militante, recreativa e por vezes corneteira.
Existem vários responsáveis pela nossa ressurreição: nossas obrigações militantes com a campanha da Dilma, o início do campeonato brasileiro, a reta final da Libertadores e a lista de convocados do Dunga, a reta final da nova temporada de House e a nossa necessidade de tomar vergonha na cara.
O blog volta com o mesmo nome e o mesmo leiaute pavoroso (ainda não conseguimos aprender a mexer na ferramenta), mas com temática ampliada e novos colaboradores esporádicos e permanentes.
O primeiro reforço é Glaucia Fraccaro, historiadora, militante, intelectual, amiga de copo e dublê da Carolina Dieckman (ela fica furiosa). Glaucia, além de trabalhar no Núcleo Sérgio Buarque de Hollanda da Fundação Perseu Abramo, arruma tempo pra estudar a classe trabalhadora brasileira, pra comentar livros, sacanear os tucanos e, agora, pra colaborar com Geléia Geral. Seu grande defeito é não gostar de futebol...
Nosso objetivo é correr atrás do prejuízo e compensar nosso ano de ócio com uma produção frenética. Continuaremos falando de política, futebol, cinema, música, literatura e o que mais der na nossa telha. Também estamos abertos a novos colaboradores e estaremos antenados com os nosso blogs parceiros, de onde poderemos chupar colaborações compulsórias.
Espero que vocês se divirtam com o nosso retorno. Nós, com certeza, vamos nos divertir trabalhando.
Um grande abraço,
Geléia Geral
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