segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Minha Homenagem ao Vasco


Muito mais sério q o resto da redação dese blog, e passado alguns dias para digerir a queda para segunda divisão, quero colocar aqui minhas impressões sobre esse momento e fazer a devida homenagem ao Clube de Regatas Vasco da Gama.

O sentimento é de orgulho. Digo isso com tranquilidade sobre a torcida vascaína. Os vascaínos recuperaram o orgulho de vestir essa camisa q tanto representa para o futebol brasileiro, no combate ao racismo, na formação democrática do país, na movimentação da torcida para construção do estádio de São Januário... O Vasco tem seu lugar na história. E agora volta a honrá-lo. Como bem lembrou PVC, o Vasco é o único dos grandes times brasileiros q vem da segunda divisão, não teve seu lugar cativo na primeira divisão garantido por tramóias da elite branca e européia q queria ver seus times nos lugares mais altos do pódio a qq custo. E agora o Vasco vai buscar sua reabilitação na segunda divisão do campeonato brasileiro. É uma esperança. Um novo ano, uma nova diretoria, uma expectativa de reconstrução... vamos ver.

Reproduzo agora um texto q foi publicado no blog do torcedor do Vasco na Globo.com. Na verdade ele foi publicado antes, em outro blog das organizações globo, mas isso não importa, mas sim seu conteúdo... vamos a ele. O sentimento não pode parar!

A História reescreve o orgulho de ser vascaíno  Nélson, Mingote e Leitão; Arthur, Braulio e Nolasco; Paschoal, Pires (Dutra), Bolão, Torterolli e Negrito. Técnico: Ramón Platero.  Qual a impotância desse time para a história do Vasco?

Não, não são os jogadores que venceram o Campeonato Sul-Americano de 1948, tampouco participaram de um Campeonato Brasileiro, muito menos estavam vivos para verem a América ser nossa pela segunda vez em 1998.

Esse foi o time que deu ao Vasco o título da 2ª divisão do Campeonato Carioca.

Sim, o Vasco já disputou a segundona carioca, contra potências como Palmeiras (?), Carioca (??), Mackenzie (???) e Mangueira (!).

Viemos de baixo.

Não nascemos de nariz em pé, não somos filhos da aristocracia carioca.

Somos o time dos negros, dos operários, daqueles que não podiam jogar futebol por não ter um sobrenome inglês, por não ter a pele alva européia ou simplesmente por não ter dinheiro.

Esse time de excluídos ascendeu à primeira divisão e logo em seu ano de estréia fez história, conquistou o título, arrebatou corações e deixou a elite futebolística indignada...

"Como assim um time de 'inferiores' vem jogar o nosso campeonato, nos nossos estádios e sai campeão???".

Fomos impedidos de disputar o Campeonato Carioca do ano seguinte.

Motivo alegado: não tínhamos um estádio. Motivo verdadeiro: preconceito.  E eis que esse time resolve fazer história novamente.

Sua torcida se une, faz uma campanha de arrecadação e constrói em pouco tempo aquele que seria o maior estádio da América Latina até a construção do Maracanã: o Estádio de São Januário, o nosso Caldeirão.  Poucos clubes no mundo podem se orgulhar de ter uma história tão bonita de luta, superação, respeito e amor.

Muito mais podemos tirar dessa nossa bela história, mas escolhi esses dois momentos pois eles não saiam da minha cabeça após o jogo contra o Vitória.

Meu sentimento é que nós, torcedores, andávamos meio adormecidos, quietos, nossa história andava esquecida no meio de tantas mazelas que assolaram nosso amado Vasco nos últimos anos.

Quis o destino que fosse preciso passar por uma provação como a que passamos nesse Campeonato para que retomássemos nossa devoção ao clube, que trouxéssemos o Vasco de volta às suas origens: o Vasco é da torcida, aquela mesma que se encantou com o time do subúrbio que não tinha estádio e que se uniu para construí-lo.  Fim do jogo, Vasco rebaixado à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.

Eis que o caldeirão outrora lotado vê parte do público ir embora.

Mas alguns teimavam em não sair, eu e meu pai entre eles.

Olhavam para o campo, para as arquibancadas, para a social, para a capelinha de Nossa Senhora das Vitórias, buscando no olhar do outro um conforto, uma esperança, um sentimento de irmandade.

E eis que de repente o então frio Caldeirão se ascende e o Hino que me faz arrepiar a cada vez que ouço é entoado aos milhares: VAMOS TODOS CANTAR DE CORAÇÃO, A CRUZ DE MALTA É O MEU PENDÃO!

E naquele canto, naquele orgulho de ser vascaíno, meus olhos se enchem d'água. Somos muitos, somos milhões, somos irmãos unidos no amor ao Gigante da Colina.

E naquele momento pensei nos jogadores que em 1922 escreveram um capítulo importante na gloriosa história do Clube de Regatas Vasco da Gama.

Viemos da segunda divisão e nos deparamos novamente com ela.

Nesse ano de resgates para o Vasco (o resgate da democracia, o resgate da torcida, o resgate do orgulho de ser vascaíno) não fomos rebaixados, mas sim fomos levados a revisitar uma parte esquecida de nossa história. Viemos de baixo para nos tornarmos gigantes.

E essa volta às origens certamente fará o gigante adormecido acordar ainda mais forte!  E nós, torcedores, tal qual nossos predecessores da década de 20, temos a missão de reconstruir São Januário...

Que nosso Caldeirão ferva a cada jogo na dura jornada de 2009.

Que cantemos ainda mais, que vibremos ainda mais, que nos unamos ainda mais!

Que possamos juntos reconduzir o Gigante ao caminho dos títulos!  Saí de São Januário com um sentimento estranho.

O Vasco fora rebaixado, mas mesmo após uma tristeza profunda eu sorri.

Não conseguia parar de pensar na nossa linda história, na luta contra o preconceito, na construção de São Januário, no amor incondicional que vi em cada olhar, em cada lágrima derramada no estádio.

E uma imagem não saía da minha cabeça: uma faixa com a frase que dá título a este texto. A história reescreve o orgulho de ser vascaíno.

E esse sentimento não pode parar nunca.

Hoje levei minha camisa do Vasco para o trabalho e pendurei na minha cadeira.

Fui jogar minha pelada devidamente uniformizado e ainda passei pela academia, sempre com a cruz no peito. E a cabeça erguida. E a cada piada, a cada comentário "você é corajoso", eu olhava pra cruz e a beijava. Reafirmava meu amor incondicional, minha certeza de que esta queda nos fará ainda mais fortes, ainda mais unidos, ainda mais vascaínos. E a cada beijo na cruz, lembrava de nossa história. E sorria.

Provavelmente me achavam louco os invejosos torcedores dos outros clubes, mas não estou nem aí.

Não há razão que explique o amor. Hoje eu olho para a cruz de malta ainda mais apaixonado por ela!  Grande abraço,  Francisco Kronemberger.